quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Sustentabilidade: Um por todos e cada um por si...


Talvez as empresas de hoje precisassem reviver a história escrita pelo francês Alexandre Dumas, o romance “Os três mosqueteiros”. Na história em questão, um jovem chamado D’Artagnan vai a Paris com o objetivo de se tornar membro do corpo de elite dos guardas do rei: os mosqueteiros. Em sua empreitada, conhece os três “inseparáveis” Athos, Phortos e Aramis. A serviço do Rei, D’Artagnain e os três mosqueteiros enfrentam desafios e aventuras, fazendo história com o lema “Um por todos e todos por um”.

Uma pena que isso tenha sido apenas um romance e esta longe de parecer a nossa realidade. Hoje em dia, o lema adotado pelas empresas é “Um por todos e cada um por si.”

Pensemos na palavra SUSTENTABILIDADE. Um conceito sistêmico que se propõe a ser uma forma de condicionar a sociedade humana a planejar e agir de forma a preencher o vazio causado pelas necessidades sócio-culturais-ambientais-econômicas do mundo em que vivemos. Essa forma de condicionar a sociedade humana esta baseada em quatro pilares: ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.

Atualmente, os grandes protagonistas que se julgam ecologicamente corretos, economicamente viáveis, socialmente justos e culturalmente aceitos são as empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes. Ser uma empresa que se “preocupa” com a sociedade humana é legal. Bacana.

A questão é: Ser legal é se preocupar com o próximo ou atingir seus objetivos de fixar sua marca na mente do consumidor como uma empresa que faz pelo mundo (em outras palavras, o político que rouba, mas faz)?

Infelizmente, o fato é que a primeira opção é a mais utilizada, visto que, as empresas de hoje em dia estão muito preocupadas em serem reconhecidas como empresas do bem. Mas reconhecida por quem? Apenas por quem lhe interessa.

Hoje li uma nota no blog Razão Social que falava exatamente sobre essa percepção: Se temos tantas empresas preocupadas em ser do bem, se temos tantos projetos interessantes, seja ele de educação, saúde, meio ambiente, por que ainda temos tantos problemas nessas áreas? Por que o Governo não faz um “mutirão da sustentabilidade” e se une as grandes empresas para que a preocupação pública e privada façam jus a confiança que a sociedade humana deposita neles?

Os projetos hoje em dia são tão parecidos, tão iguais. Em sua maioria, se destinam às comunidades no entorno de seus negócios, sem buscar parcerias com outras empresas, sem buscar a chamada troca de conhecimento entre as partes. As empresas não percebem que só estão atingindo o seu entorno, minimizando assim, o potencial de alcance dos projetos e melhorando de verdade o mundo.

Esse cenário me faz pensar que há uma questão envolvida que faz com que essas mesmas empresas, politicamente corretas, fiquem cegas: o EGO.

Ou seja, é um por todos e cada um por si…

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