quinta-feira, 23 de julho de 2009

Um no lugar do outro



De todos os cargos e funções existentes dentro de uma agencia de publicidade, existem duas que merecem um certo destaque. Não por sua importância na hora de fazer a máquina girar, nem pelas homenagens que recebem, muito menos por seus belos salários. Mas sim pela sua concorrência entre si, sua disputa (na maioria das vezes, desnecessária) e por todas as confusões geradas por eles: Atendimento e Criação.

Dois departamentos que diferenciam a boa agência da ruim. Dois departamentos respeitadíssimos no meio publicitário. Dois departamentos que se odeiam.

Não, não estou generalizando. Esse é até um assunto bem batido em nosso mercado e engraçado de ser discutido, ainda mais quando na conversa existem representantes de ambos os departamentos.

Não vou julgar, culpar nem criticar nenhum departamento, mas existem situações engraçadas de ambos os lados que merecem páginas de livro. Sejam criações juvenis, ou mesmo tentativas de briefings.

De fato, todos que fazem parte da criação, incluindo os estagiários, tem um pouco de atendimento. Isso porque a a criação supõe que entende tudo e mais um pouco do cliente, até mesmo, mais do que o próprio cliente e que aquele layout foi iluminado por Ele.

E todos os que fazem parte do atendimento, incluindo os estagiários, tem um pouco de criação. Isso porque na maioria dos briefings, existe uma pitada de opinião, de sugestão, de dizer para os criativos como a coisa deve ser feita.

Então, seria interessante ver um no lugar do outro, outro no lugar de um. Assim, saberiam quais as suas responsabilidades, quais as suas obrigações, e a dificuldade que cada departamento possui antes de julgar seu companheiro de trabalho e dizer que o cara do atendimento é o boy de luxo chato, que não tem poder de convencimento e faz tudo que o cliente pede, e nem o cara da criação é o emo convencido e acha que todas as suas peças valem prêmio e só fazem aquilo que lhes convém.

Na pratica, todo atendimento deve entender muito de criação, até para que na hora de aprovar ou reprovar uma peça antes de mostrar ao cliente, ele tenha argumentos corretos e coerentes ao invés de um simples “não gostei”. E o pessoal da criação deveria entender um pouco de atendimento para que percebesse que nem sempre o cliente entende de marketing e que existe uma luta para convence-lo de que aquela sua idéia é a melhor solução naquele momento, mas que às vezes, para não perder o cliente, é melhor fazer aquilo que ele pediu, sem que isso prejudique a imagem da agência.

Cada um tem a sua importância e o trabalho de um depende do bom trabalho do outro. Na publicidade não há lugar para individualismo, pois todas as cabeças devem estar pensando para um bem comum: o do cliente.

Portanto, se você é atendimento ou criação, pense bem antes de julgar aquele seu colega de trabalho. Ele tem as suas qualidades e as suas dificuldades. E ele esta sempre disposto a fazer o melhor para que o seu trabalho saia perfeito, levando a agencia ao desejado sucesso e o cliente a satisfação total.

Nenhum comentário: