segunda-feira, 7 de abril de 2008

Gentileza gera Gentileza, na publicidade isso é uma proeza

A máxima do profeta carioca, José Datrino, vulgo Profeta Gentileza, parece ter perdido sua poesia no meio publicitário.

Enquanto o povo faz a sua parte, abraçando a causa num movimento de pró-civilidade de tirar o chapéu, na publicidade em geral, a gentileza que gera gentileza se torna uma mão que lava a outra. Bonito passar pela orla de Copacabana e ver uma faixa estendida ou mesmo um escultor de areia aderindo a moda. Bonito ver nos adesivos de carro a força do povo carioca exaltada por pura gratidão.

Mas nós, publicitários, temos que conviver com tamanha falta de gentileza. As concorrências se prostituíram. As agências se corromperam. Vejo nos bastidores da corrupção, uma classe de clientes que não se preocupam com as belas esculturas do layout ou mesmo na deslumbrante negociação de mídia. A resposta é direta. Quanto repassa!? Quanto volta? 20% é absurdo.

Gentileza gera gentileza. A agência cobra 10% e o cliente fecha o negocio. E essa tal gentileza gera falência, daqueles que lutam para fazer da publicidade uma arte de se comunicar.

Somos nós os conhecedores de comunicação, nós temos a beleza de anunciar, nós temos a delicadeza de despertar a atenção dos consumidores e a agressividade de aumentar as vendas e lavamos as mãos a troco de alguns míseros?

Voltemos a verdadeira identidade que o profeta quis trazer e façamos uma gentileza. Vamos trazer de volta a dignidade de ser publicitário.

Nenhum comentário: